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DR # 320 Do país sonhado ao país vivido: Moçambique 1975-2025 (período 1975-1992)

Autores: Joao Mosca e Thomas Selemane

O período abordado neste texto foi caracterizado por mudanças fundamentais de natureza política, económica e social. De uma economia colonial de capitalismo periférico e tardio assente na exploração de recursos e num processo de industrialização virada para o mercado interno, com intervenção reguladora do Estado, transitou-se para uma economia de capitalismo de Estado, centralizada com o suposto objectivo para a socialização assente em empresas estatais, na colectivização da terra e dos meios de produção, e em cooperativas de produção agrícola e de consumo. Ensaiou-se uma economia de planificação central, mesmo considerando que a maioria dessa economia não fosse planificável (pequena produção agrária e economias informais).

Em termos de poder, o Estado colonial repressivo e discriminatório deu lugar a um Estado independente igualmente repressivo e autoritário, em nome do povo autodesignado de poder popular.

As opções políticas e económicas pós-independência desajustadas à realidade do país e erráticas, os conflitos regionais de conflito, a guerra civil e as mudanças nos contextos internacionais, não só inviabilizaram a edificação dos objectivos maiores da narrativa pós-independência, como provocaram uma grave crise económica, política e de estabilidade que forçou a governação moçambicana a negociar com a África do Sul e com a Renamo e à adopção de acordos com o FMI e o Banco Mundial com reformas fundamentais no modelo económico pós-independência. O sonho de um país desenvolvido e próspero, o fim da exploração e o surgimento do “homem novo”, foram logo após a independência desvanecidos em função do desenrolar da realidade resultante da combinação de factores internos e externos de grande envergadura e impacto.

Março de 2025

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