Autor: João Mosca
Este texto procura analisar a cooperação internacional em Moçambique numa perspectiva integrada das relações externas. Pretende-se demonstrar como as componentes económicas internas e externas, se articulam coerentemente com os interesses políticos e geoestratégicos, através de alianças entre as elites políticas e económicas dos países. Como resultado, reproduzem-se relações de dependência, do subdesenvolvimento e da pobreza.
O autor fundamenta este argumento, analisando o caso de Moçambique, tomando como exemplo, para o IDE, o carvão de Tete e o envolvimento das empresas nacionais, a cooperação de organizações internacionais com análise no projecto agrário SUSTENTA na sua fase piloto (2017-2019), o caso da guerra em Cabo Delgado incluindo aspectos geoestratégicos e a cooperação através das organizações não governamentais designando para muitos exemplos, de “cooperação de aspirina”.
Referem-se como exemplos, o Japão que possui interesses na produção de commodities, a Suécia, assim como os países nórdicos na perspectiva do desenvolvimento, liberdades e democracia, o BAD que tem como objectivos a melhoria do ambiente de negócios e o financiamento de projectos na agricultura, transportes e energia, e a China, que é o principal credor individual de Moçambique, com incidência em infra-estruturas, agricultura, transportes e comunicações, tendo, em contrapartida, interesses em recursos naturais (madeira, areias pesadas), estando também entrar na corrida pelo gás da bacia do Rovuma.
Maio de 2024