Autor: Alberto Tovele
Moçambique tem assumido compromissos referentes ao desenvolvimento sustentável e a mitigação das mudanças climáticas e neste âmbito ratificou convenções internacionais, tais como: o Protocolo de Kyoto, a Agenda sobre Desenvolvimento Sustentável 2030 e o Acordo de Paris sobre as Mudanças Climáticas, como parte do seu compromisso com a agenda global. Todavia os esforços realizados para a domesticação das convenções internacionais nas políticas públicas nacionais, revelam que existem contradições entre o discurso e a prática. Em Moçambique a mineração permanece em termos práticos um uso de terra prioritário em relação aos outros usos mesmo quando dai resultem saldos socioambientais negativos. Os sucessivos governos da Frelimo tem apostado na indústria extractiva para impulsionar o desenvolvimento económico, todavia as experiências de mineração de areias pesada em Moma revelam um processo de desenvolvimento insustentável. Outrossim, as empresas do sector extractivo têm desempenhado funções que são do governo através da política de responsabilidade social empresarial. Estas acções trazem ao de cima o debate sobre as incoerências da responsabilidade social empresarial.