Autor: Nelson Capaina
Entre vários factores, o desenvolvimento territorial é assegurado pelo efeito positivo do capital (humano, social, natural, financeiro, institucional, entre outros), entendendo-se o capital como algo associado a valor, e cujas principais características são gerar benefícios tangíveis e intangíveis. Neste texto explora-se a questão de capital num contexto de interacções socioeconómicas e políticas, territorialmente observadas, visando o desenvolvimento desse espaço. Tendo como estudo de caso o distrito de Cuamba, a sustentabilidade do capital para o desenvolvimento territorial é avaliada através de duas classes de capital: o social e o humano, acrescentando-se o capital financeiro, como transversal a todas as classes. Os resultados indicam que em Cuamba o capital social está vinculado à proximidade social, através de relações baseadas no associativismo que não facilitaram necessariamente o crescimento de actividades produtivas, nem de intercâmbio e cooperação entre os grupos no local. Relativamente ao capital humano, constatou-se que não ocorreram alterações significativas nos aldeões, no que tange às suas habilidades e capacidades produtivas. Como tal, não há capacidades fortalecidas nos aldeões para se posicionarem como actores locais para a competitividade territorial que, em princípio, permite cimentar o processo de desenvolvimento endógeno.
Abril de 2024