Autores:João Feijó
No início do segundo semestre de 2021, a entrada em acção das forças militares ruandesas traduziu-se na recuperação da iniciativa militar das forças governamentais. Em poucas semanas foi anunciada a reocupação de grande parte do território, até então inacessível, como grande parte do distrito de Palma, Awasse, vila de Mocímboa da Praia e posto administrativo de Mbau. As notícias dão conta da tomada de várias bases dos insurgentes, captura de material bélico, libertação de civis e rendição de jovens guerrilheiros. O sucesso militar e devolução do sentimento de segurança contribuiu para a boa imagem das forças ruandesas junto das populações locais, ficando conhecidas pela sua eficácia e prontidão combativa, assim como boa relação com civis.
Após uma fase inicial de aparente estabilização, a partir do mês de Outubro aumentaram os relatos de insegurança na região. Contornando o cerco criado pelas tropas da coligação, surgem notícias de ataques em áreas até então relativamente estáveis, nomeadamente no Norte de Mueda e Nangade, Sul do rio Messalo e, mais recentemente, no distrito de Mecula, na província do Niassa. Perante uma força militarmente superior, que não conseguiria enfrentar, o grupo rebelde dispersou-se pelo território em pequenas unidades, atacando aldeias isoladas, onde se reabastecem em alimentos, raptando populações.
Data :Janeiro de 2022