OR #30 – Do Modo de Vida Camponês à Pluriactividade – Impacto do Assalariamento Urbano na Economia Familiar Rural

Autor: João Feijó,Aleia Rachide Agy
Os últimos anos têm sido acompanhados pela implementação de grandes projectos económicos, geradores de um novo dinamismo em cidades como Maputo, Tete ou Nacala. As comunidades camponesas mais próximas destas áreas de implementação enfrentam uma dinâmica dicotómica. Por um lado, a proximidade relativamente a mercados em crescimento e a facilidade de escoamento dos produtos oferece vantajosas condições de produção, potenciando a retenção no campo, o investimento na agricultura e a inserção nos mercados. Em contrapartida, a proximidade dos centros industriais potencia a atracção de mão-de-obra rural, quer para os sectores formais, quer para os sectores informais da economia.

Se o êxodo destes trabalhadores priva muitas unidades familiares de uma importante mão-de-obra para a realização do trabalho agrícola – com impactos ao nível da capacidade produtiva e da segurança alimentar – as situações de pluriactividade daí resultantes não deixam de gerar rendimentos complementares, importantes para fazer face a despesas de educação e saúde, para a melhoria das condições de habitação, permitindo inclusive a contratação de mão-de-obra para suprir a ausência na unidade familiar.

Ao longo deste texto pretende-se analisar as tendências de êxodo rural nas áreas próximas de grandes projectos e aferir o respectivo impacto ao nível da capacidade produtiva e da organização do trabalho, nos processos de tomada de decisão no seio da família, assim como no modo de vida das populações camponesas.
Data: Julho de 2015

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Julho

Ano

2015

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