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OR # 147 O conceito de camponês e a realidade de Moçambique numa perspectiva de longa duração (English version available)

Autor: João Mosca

O texto faz uma reflexão sobre o papel do campesinato, seja nas “revoluções socialistas“, nas lutas de libertação nacional e, anteriormente, nas diferentes fases do colonialismo. Urge igualmente dizer que este reflecte sobre o papel do campesinato nos períodos dominados pelo capital comercial no corredor do Índico. Pretende-se, portanto, questionar as razões dos de resistência e revolta dos camponeses e porquê as suas lutas não movimentos desembocaram em mudanças de regime ou sistemas políticos, ou ainda de sistemas económicos.

A maioria dos camponeses, os mais pobres e sem oportunidades ou não integrados, adoptou diferentes formas de resistência, desde o princípio da colonização, aos seus diversos modos e métodos de actuação do sistema e, depois, aos processos repressivos do período socialista e às formas de penetração das multinacionais, assim como, anteriormente, às formas de intervenção do capital esclavagista e feudal, industrial e agrário.

Aparte as motivações nacionalistas, os movimentos de protesto e luta camponesa foram locais, isolados, de curta duração e em resposta a condições de opressão, discriminação, condições de trabalho e de vida, principalmente quando implicaram a desestruturação dos modos de produzir e de vida, e das relações com o território, onde existe o sentimento da territorialidade sociocultural como um bem não tangível. Nessa perspectiva, também em Moçambique se coloca a velha questão teórica se o campesinato é uma “classe em si” e “para si”. Os camponeses não revelaram, ao longo da história, que os seus movimentos de revolta se transformassem em movimentos de transformação de poderes, seja ao nível de países, seja localmente. Este parece ser um tema aberto para investigação.

Agosto de 2024

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