Por favor aguarde...


Caso leve mais de 30segundos recarregue a página

DR # 263 “Para viver longe do risco”. Das aldeias comunais aos bairros de reassentamentos pós-desastres em Moçambique, um déjà-vu?

Autora: Uacitissa Mandamule

Moçambique tem um longo histórico de desastres ditos “naturais”. Com o novo regime climático, caracterizado por episódios frequentes de inundações, ciclones, secas, etc., com consequências importantes a nível económico e social, têm ressurgido os discursos (políticos e técnicos) promovendo o reassentamento das populações como a principal solução. As semelhanças entre estes discursos e os usados para justificar a criação de algumas das aldeias comunais imediatamente após a independência nacional, levaram-nos a observar e entrevistar pessoas reassentadas após o ciclone Idai e as inundações de Março de 2019, a conversar com alguns decisores políticos e a consultar nos arquivos os planos das aldeias comunais, para compará-los com os planos dos bairros de reassentamento pós-desastres, no contexto actual. Para além de verificar uma certa continuidade nos mecanismos de resposta e adaptação aos desastres ditos “naturais” e a vontade política de controlar as populações pelas autoridades, conclui-se que, em ambos casos, o objectivo de colocar a população a “viver longe do risco” e melhorar as suas condições de vida não está a ser bem-sucedido, pois expô-la a novas vulnerabilidades, como a insegurança alimentar e a falta de infra-estruturas sociais.

Fevereiro de 2024

Mês

Fevereiro

Ano

2024

Verified by MonsterInsights