Autor: João Feijó
Na sequência da celebração dos Acordos de Paz em 1992, a realização das primeiras eleições partidárias e estabilização política do país, assistiu-se a um processo de rápido crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano, que atingiu uma taxa de crescimento anual média de 7,2% entre 2000 e 2016, tornando Moçambique num dos países com uma maior taxa de crescimento económico do Mundo.
Neste cenário de rápido crescimento económico pretende-se analisar o impacto exercido sobre a pobreza em Moçambique. Assentando numa forte componente sociográfica, o texto apresenta quatro objectivos principais:
O primeiro objectivo é o de reflectir sobre os múltiplos conceitos de pobreza existentes, respectivas dimensões e indicadores, assim como as motivações políticas que estão por detrás da respectiva construção.
O segundo é o de analisar as dinâmicas socioeconómicas rurais, nomeadamente em termos de actividades económicas predominantes; produção e produtividade; acesso a tecnologia; e a serviços.
O terceiro é o de compreender o surgimento de políticas públicas urban bias, relacionadas, não só, com o Orçamento Geral de Estado, como com a política monetária, fiscal ou alfandegária.
Finalmente, pretende-se reflectir sobre a formação de diferentes cidadanias em Moçambique, estruturantes e estruturadoras de lógicas de diferenciação rural-urbana.
Data: Maio de 2020