Autor: João Feijó
O texto procura realizar uma análise histórica do processo de diferenciação social no meio rural, distinguindo as dinâmicas do período colonial, do período pós-independência e do cenário actual. Não obstante as desigualdades sociais no campo serem menos significativas que nos centros urbanos, em diversos locais de maior penetração do agronegócio ou marcados pela emigração para a África do Sul, tem-se destacado um grupo social minoritário, mais integrado no mercado e com acesso a mão-de-obra assalariada. A persistência de fenómenos de pobreza generalizada no campo proporciona aos camponeses mais abastados uma mão-de-obra abundante e barata, compensando défices de maquinaria, facilitando a acumulação e reproduzindo fenómenos de desigualdade.
Num segundo momento, e a partir da realização de seis estudos de caso em diferentes povoados, localizados no Norte, Centro e Sul de Moçambique, analisa-se não só a intensidade da pobreza existente no meio rural, mas também o nível de diferenciação social existente. O texto analisa as diferentes estratégias utilizadas por produtores emergentes no seu processo de ascensão económica, considerando, não só as actividades económicas realizadas e respectivas fontes de rendimento, mas também o tipo de relações com o mercado e com o poder político.
Data: Abril de 2018