Autor: Máriam Abbas
A produção da castanha de caju, em Moçambique, foi introduzida e mantida pelos portugueses durante o período colonial, tendo sofrido um declínio após a independência do país. Antes da sua independência, Moçambique era considerado o maior exportador mundial de castanha de caju.
No entanto, alguns anos após a independência, o país começou a perder este papel para países como Índia, Brasil, Vietname, entre outros. Após ter registado uma produção muito baixa no final dos anos 80 e princípios dos anos 90, a produção da castanha de caju, em Moçambique, começou a registar aumentos relativamente significativos a partir de 2000. O subsector do caju desempenha um papel importante na economia, uma vez que constitui a principal fonte de rendimento para uma parte significativa dos produtores do caju, nomeadamente pequenos produtores. Autores como Matule (2012), subscrevem esta tese, ao afirmarem que o subsector do caju envolve cerca de 1,4 milhões de produtores rurais.
Os pequenos produtores usam o rendimento adquirido na venda da castanha de caju para compra de bens alimentares, necessários para a sua sobrevivência. Se por um lado este subsector constitui também um papel importante no sustento das famílias, como fonte de emprego, na medida em que as fábricas de processamento da castanha de caju geram emprego para aproximadamente nove mil trabalhadores. E antes da privatização das mesmas, estas empregavam cerca de 10 mil trabalhadores. Por outro, este subsector constitui também uma fonte de geração de divisas, exacerbando, deste modo, o seu papel na economia nacional. Para alguns dados, não foi possível obter informação referentes aos anos mais recentes, o que aparece especificado ao longo do texto. Pelo que, por razões de coerência, nestas situações, utilizou-se informação referente a períodos/campanhas anteriores.
Data: Junho de 2014