DR #16 – Estrangeirização da Cadeia de Valor do Feijão Boer em Moçambique

Autores:Natacha Bruna
Este artigo tem como objectivo informar aos leitores sobre a tendência de estrangeirização da cadeia de valor do feijão boer como resultado dos estímulos do mercado indiano, que poderá promover maior dependência externa e tornar os pequenos agricultores mais vulneráveis à volatilidade do preço internacional.

Este estudo é relevante na medida em que o feijão boer destaca-se como uma das culturas alimentares e de exportação mais dinâmicas, em termos de crescimento da quantidade produzida e exportada, que tem contribuído crescentemente para o aumento do rendimento dos agregados familiares em Moçambique.
Data :Novembro de 2016

OR #41 – Metodologia de Estudo dos Impactos dos MegaProjectos

Autor: Natacha Bruna
O sistemático aumento do fluxo de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) no continente africano tem-se caracterizado cada vez mais por megaprojectos como forma de abastecer o mercado internacional no que se refere a recursos energéticos, minerais, commodities e alimentos. A implantação e operacionalização de um megaprojecto (MP) resultam em reconfigurações, a vários níveis, nas economias de destino/receptoras dos investimentos.

Por esse motivo, a análise dos impactos dos mesmos requer uma abordagem interdisciplinar, ou seja, para que a análise seja considerada abrangente, tendo como base cinco perspectivas:

económica;
social;
ambiental;
instituições, governação e democracia;
infra-estruturas.
Data: Junho de 2016

OR #31 – ProSavana: Discursos, Práticas e Realidades

Autor: João Mosca,Natacha Bruna
No mundo e em África, o agronegócio internacional assume novas dimensões nos últimos anos. A procura de extensas áreas no estrangeiro para a produção em grandes plantações de commodities, associada à crescente internacionalização do capital agrário e financeiro em programas bi ou multilaterais é uma das manifestações desse fenómeno.

Aspectos como os conflitos de terras, os efeitos sociais e ambientais da monocultura, a exclusão social, a utilização de produtos transgénicos, a introdução de tecnologias importadas e a sua adaptação às condições locais, as formas de participação das comunidades e a transparência dos processos administrativos e de decisão política acerca dos contratos entre as empresas multinacionais e os governos dos países receptores do investimento, são alguns dos pontos críticos. Estão subjacentes razões de natureza política e ideológica. Estão também presentes a defesa dos direitos humanos e a democracia. Em Moçambique existem vários exemplos de penetração do capital do agronegócio com cobertura governamental.

O caso mais debatido é o ProSAVANA, devido à escala do território abrangido, à quantidade de população residente nessas áreas, ao potencial produtivo, à concepção de desenvolvimento contida nos discursos e documentos e às formas pouco transparentes como o Programa foi inicialmente divulgado, como os documentos foram sendo elaborados, conhecidos e discutidos pela sociedade e como o debate público se desenrolou. O presente texto tem como objectivo principal analisar o documento agora apresentado como Plano Director-Versão Zero do ProSAVANA. É feito um breve enquadramento teórico e contextual, um resumo sobre como as consultas junto das comunidades e da sociedade se desenrolaram.
Data: Agosto de 2015

OR #29 – Educação e Produção Agrícola em Moçambique: O caso do Milho

Autor: Natacha Bruna
EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE: O CASO DO MILHO

O presente estudo analisa a relação existente entre os níveis de educação e a produção do milho em Moçambique no período compreendido entre 1992 e 2013, tendo como base um modelo de econometria espacial de dados em painel. Através das estimativas obtidas foi possível identificar um spatial error effect (efeito de erro espacial) positivo e estatisticamente significativo, o que indica a existência de uma autocorrelação espacial positiva entre as diferentes províncias em relação à produção do milho. Em termos do efeito da educação, existem evidências de que incrementos na produção do milho podem ser explicados pela obtenção de educação primária e secundária e pelo aumento do número de escolas, mas verificou-se uma relação negativa entre os níveis de educação técnica e a produção do milho em Moçambique.

Sendo assim, a educação deverá ser considerada uma importante questão para o desenvolvimento da agricultura. É importante realçar que os resultados obtidos neste estudo consideram-se consistentes com as conclusões de estudos em outros países relativamente ao facto de que a educação primária e secundária apresentam impactos na produção agrícola superiores quando comparados com qualquer outro nível educaciona
Data: Junho de 2015

Sector Familiar e Desenvolvimento em Moçambique

O Observatório do Meio Rural (OMR), realizou uma conferência no dia 04 de Dezembro de 2014, em Maputo, sobre Sector familiar e desenvolvimento em Moçambique.

Temas e Apresentadores:

  • Introdução – Castro Camarada
  • O papel da agricultura e os desafios do combate à fome –  Hélder Muteia
  • Agricultura familiar: políticas e ideologias – João Mosca
  • Construindo um plano de apoio à agricultura familiar: bases – Luís Muchanga
  • Agricultura familiar: perspectiva e desafios – Mahomed Valá
  • Associações de pequenos agricultores do sul de Moçambique: constrangimentos e desafios – António Júnior
  • Apoio económico, acumulação e consumo – estudo comparativo de associações de camponeses na Matola, Chibuto, Tete e Nacala-Porto – João Feijó e Aleia Rachide
  • Marracuene: “o fogo sob as cinzas”? – um estudo sobre posse da terra, conflitos e land grabbing em Moçambique – Uacitissa Mandamule
  • Macroeconomia e produção agrícola em Moçambique – Máriam Abbas
  • Educação e produção agrícola em Moçambique: o caso do milho – Natacha Bruna
  • Saúde e produção agrícola em Moçambique – Luís Artur

OR #19 – Competitividade do Algodão em Moçambique

Autor: Natacha Bruna
A cultura do algodão em Moçambique foi introduzida no século XIX, passando por diferentes modelos de produção. Actualmente, a produção de algodão é baseada no sistema de concessões de áreas às empresas de descaroçamento do algodão, responsáveis pelo fomento e extensão rural desta cultura que é praticada maioritariamente pelos pequenos produtores. Induzindo-se assim, este subsector, à uma estrutura de mercado monopsónica.

O subsector do algodão constitui uma importante fonte de rendimento no meio rural em Moçambique. A importância do algodão reflecte-se, também, no peso do mesmo na balança comercial, pois constitui um dos produtos agrícolas mais exportados na última década. Este estudo tem como objectivo caracterizar as diferentes vertentes do subsector do algodão em Moçambique, ao longo do período determinado entre 2001 e 2011 e identificar os principais factores de competitividade, assim como os maiores constrangimentos. É importante referir que o âmbito deste trabalho concentra-se na produção agrícola do algodão e não nas suas fases seguintes (indústria têxtil, entre outros).
Data: Agosto de 2014

OR #11 – Crédito Agrário

Autor: João Mosca, Natacha Bruna
, Katia Amreén Pereira,Yasser Arafat Dadá
O crédito é importante para a actividade económica. O financiamento do investimento (médio e longo prazo) e de tesouraria (tesouraria), bem como de défices contabilísticos públicos e privados, e necessidades de tesouraria (financiamento de curto prazo), são utilizados por agentes económicos privados e pelas famílias assim como pelo Estado. É voz comum que o acesso ao crédito tem sido difícil, seja por factores de oferta como de procura, sendo este um obstáculo ao crescimento da produção, investimento, inovação tecnológica e geração de emprego, entre outros aspectos.

Os trabalhos de Abbas (2013) e de Mosca, Vitor e Dadá (2013), sugerem que, na actual realidade de Moçambique, o crédito tem sido um determinante de baixa influência sobre a evolução do PIB e da produção agrária. Explicam essa constatação com os seguintes argumentos:

falhas de mercado, do lado da oferta e da procura;
peso da agricultura de pequena escala e tipo de agentes económicos, maioritariamente de pequena dimensão e economias informais;
peso dos grandes projectos na economia e sobretudo do investimento directo estrangeiro que recorrem ao crédito externo em consequência das condições de oferta de dinheiro no mercado local;
persistência de taxas de inflação elevadas e muito variáveis seja a curto como a médio prazo, assim como riscos altos, elevando a taxa de juros.
Este trabalho procura estudar a evolução do crédito ao sector agrário, tanto das instituições bancárias convencionais como do sistema de microcrédito, assim como dar mais um contributo para a reflexão sobre as relações entre crédito e produção.
Data: Novembro de 2013

Sector Agrário e Desenvolvimento Rural em Moçambique – Transformação Estrutural e Competitividade do Sector Agrário

O Observatório do Meio Rural (OMR), realizou uma conferência nos dias 04 e 05 de Setembro de 2013, em Maputo, subordinado ao tema Sector Agrário e Desenvolvimento Rural em Moçambique – Transformação Estrutural e Competitividade do Sector Agrário.

Temas e Apresentadores:

  • Monitorização da dinâmica do carbono na floresta de miombo da Reserva Nacional do Niassa. (Natasha Ribeiro, Céu Matos, Isabel Moura, Robert Washington-Allen, Ana Ribeiro)
  • Mercantilização do gado bovino no distrito de Chicualacuala. (António Júnior)
  • Competitividade do algodão em Moçambique. (Natacha Bruna)
  • Avaliação da eficácia do armazenamento hermético de arroz (oryza sativa L.) com casca. (Rafael Nguenha, et al)
  • Avaliação da qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes de arroz (oryza sativa L.). (Viriato Sílvio Isac Cossa)
  • Algumas dinâmicas estruturais do sector agrário (2000-2010). (Yasser Arafat Dadá)
  • O pequeno produtor e a transformação estrutural da agricultura. (Fernando Oliveira Baptista)
  • The role of agriculture in the development process. (Finn Tarp)
  • Impactos do HIV e SIDA na agricultura e no bem estar nas províncias de Tete e Niassa. (Luís Artur, Ussene Buleza, Mateus Marassiro e Garcia Júnior)
  • Efeito da diversificação hortícola na renda: evidências a partir dos pequenos produtores na Cintura verde de Maputo. (Tomás A. Sitoe)
  • Competitividade do subsector do caju em Moçambique. (Máriam Abbas)
  • O sistema de protecção social para os pequenos produtores de hortícolas na Cintura verde. (Tomás A. Sitoe)
  • Orçamento do Estado para agricultura (2000-2010). (Américo Izaltino Cassamo, João Mosca e Yasser Arafat Dadá)
  • Competitividade da agricultura moçambicana. (Rafael Uaiene)
  • Ambiente, recursos naturais e desenvolvimento rural sustentável – Reserva Especial de Maputo. (Cecília Guambe)
  • Efeito da produção de culturas de rendimento nos sistemas de produção: o caso de tabaco em Macanga. (António Jone)
  • Adopção de tecnologias agrárias em Moçambique: revisão, interpretação e síntese de estudos feitos. (Eunice Cavane, Benedito Cunguara e Arsénio Jorge)
  • Uso e conservação de hortícolas e frutas indígenas ou negligenciadas em Moçambique. (Jorge Tembe)
  • Dinâmica de mudança de cobertura florestal na região do corredor da Beira. (Almeida Sitoe)
  • Recursos naturais, Combate a pobreza e Agricultura. (Ragendra de Sousa)

OR #02 – Balança Comercial Agrícola: Para uma Estratégia de Substituição de Importações?

Autor: João Mosca,Natacha Bruna
O sector agrário tem sistematicamente um peso negativo na balança comercial. Uma das funções definidas nos documentos oficiais e nos discursos políticos refere que a agricultura deve produzir para a alimentação do povo, abastecer a indústria nacional com matérias-primas e contribuir positivamente para as exportações.

Este texto possui como objectivo apresentar a balança comercial agrícola entre 2001 e 2010 e certificar a verificação do contributo do sector para a balança comercial. Os autores fazem na segunda secção um breve enquadramento teórico sobre a estratégia de substituição de importação. Na secção 3 apresentam os dados estatísticos sobre o objecto do texto. Na secção seguinte analisam-se as importações e exportações agrícolas, do conjunto do sector agrário e compara-as com a balança comercial da economia.

Na quinta secção faz-se simultaneamente um breve resumo e retiram-se algumas lições de política. O texto não abrange qualquer análise acerca das causas da evolução da balança comercial do sector. Na expectativa que o texto contenha informação útil decidiu-se pela sua publicação.

O presente texto é parte integrante de um projecto de investigação no âmbito do Observatório do Meio Rural (OMR) que procura estudar a competitividade da agricultura e particularmente da produção alimentar. É neste âmbito mais geral que se farão as análises do sector incluindo desta componente externa. O valor das exportações e importações referidos ao longo deste trabalho são contabilizados em USD, ao valor de cada ano (preços correntes).

Data: Novembro de 2012