Autores:João Mosca
e Yasser Arafat Dadá
Este texto é uma parte de um estudo em curso acerca dos factores socioeconómicos da desmatação na Zambézia, financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável. Os resultados advêm principalmente do trabalho de campo (inquéritos e entrevistas) e de dados secundários.
O estudo confirma a bibliografia existente, com matizações importantes. Além da importância da população e da área trabalhada na agricultura, constatou-se que a densidade populacional (e não somente o volume de população) os rendimentos das famílias e o PIB por habitante, a superfície em pousio e o estado civil do chefe do agregado familiar, influenciam o desmatamento.
Recomenda-se o aumento do rendimento baseado no incremento da produtividade por hectare com base em sistemas de produção agro-florestais e pecuários sustentáveis, redução das perdas pós-colheita, informação dos mercados, comercialização assegurada e pequenos empreendimentos para reter valor acrescentado no território. A habitação com a utilização de materiais locais sendo esta sugestão extensiva para escolas, centros de saúde e outras infra-estruturas comunitárias, são importantes para melhorar as condições de vida da população.
Sugere-se um maior envolvimento das comunidades na gestão e fiscalização dos recursos naturais, incluindo no replantio da floresta com variedades correspondentes àquelas que foram cortadas, assegurando a regeneração da floresta nativa.
Data :Fevereiro de 2022